CORREIA DE LACERDA

1-D. ALFONSO X, “o Sábio”, 13º rei de Castela, 27º rei de Leão, intitulava-se Imperador e rei dos Romanos. Nasceu em Toledo a 23.11.1221 e faleceu em Sevilha a 4.4.1284, e era filho do rei de Castela, Fernando III “o Santo” e de sua mulher Isabel da Suábia. Casou em Valladolid em 1248 com VIOLANTE DE ARAGON, infanta de Aragão, nascida em 1236 e falecida em Roncesvalles em 1301, filha de Jaime I “o Conquistador”, rei de Aragão, Valência e Maiorca (nascido em Montpellier e falecido em Valencia em 1276), e de sua segunda mulher Iolanda, princesa da Hungria.Filhos: (entre outros)

2-D. Fernando de La Cerda, que segue.

2-D. Sancho IV “o Bravo”, filho secundogénito, foi REI DE CASTELA E LEÃO, nasceu a 12.5.1257 e faleceu em Toledo a 25.4.1298. Casou com D. Maria de Molina. Com geração nos reis de Espanha, da qual é representante directo o seu 21º neto, actual rei de Espanha Juan Carlos.

2-D. FERNANDO DE LA CERDA, N. em Valladolid a 23.10.1255. Príncipe herdeiro da coroa castelhano-leonesa, por ser filho primogénito e legitimo. Recebeu a alcunha "de La Cerda" por ter nascido com um tufo de cerdas (madeixa de cabelo) no peito. Esta alcunha foi logo transformada em apelido de família passando a identificar este ramo da família real castelhana. Faleceu em Ciudad Real a 25.7.1275. Foi Regente de Castela em 1274 e morreu em vida de seu pai, deixando dois filhos menores que foram preteridos na sucessão do trono, abusivamente tomado por Sancho IV o Bravo. Casou em Burgos a 30.11.1269 com BRANCA DE FRANÇA, princesa de França, nascida em Jaffa, Palestina, filha de Luis IX, 2º Santo”, rei de França (São Luis de França), o rei capeto, nascido a 25.4.1214 e falecido a 25.8.1270, e de sua mulher Margarida da Provença, nascida em St.Maime 1221 e falecida em Paris, no convento de Cordeliers a 30.9.1295.Filhos:

3-D. Alfonso de Lacerda, que segue.

3-D.Fernando de La Cerda, nascido póstumo a 27.7.1275 e falecido pouco depois de 1.6.1322. Casou em 1308 com Juana Núñez de Lara, "la Palomilla", senhora de Lara e Herrera. C.g.

3-D. ALFONSO DE LA CERDA, “o Deserdado”, nasceu em Valladolid em 1270 e faleceu em Piedrahita a 23.12.1334. Rei titular de Castela e Leão, afastado da sucessão ao trono por seu tio Sancho IV “o Bravo”. Infante de Castela, senhor de Alba e Bejar. Em vão lutou este filho primogénito de D. Fernando, em defesa dos seus inegáveis direitos ao trono, como chefe da linha varonil de legítima primogenitura de seu avô, acabando por ser joguete dos interesses de outros príncipes e soberanos, que ora lhe davam apoio ora o retiravam, tudo para que Sancho de Castela obtivesse maiores ou menores proveitos. Acabou por ser afastado da sucessão ao trono pelo tio paterno, ao desistir, por fim, das suas pretensões, o que deveria vir a ser, por direito de nascimento, o rei Afonso XI de Castela. Ainda obteve de seu primo germano, o rei Afonso de Castela, filho de Sancho IV, uma grande casa, inúmeros senhorios e vultosas rendas. Casou em França com Mafalda, senhora normanda. De mãe desconhecida, teve o filho bastado que a seguir se indica. Filhos do casamento:

4-D. Luis de La Cerda “o de Espanha”, falecido depois de 8.3.1351. Conde de Clermont e de Talmont, senhor de Deza e Enciso. C. em 1306, com Leonor de Guzmán, senhora de Huelva e do grande Puerto de Santa María, filha de Alonso Pérez de Guzmán "el Bueno", senhor de Medina-Sidonia, e de María Alfonso Coronel. Com geração nos de La Cerda, da Casa de Medinaceli, Duques de Medinaceli e grandes de Espanha.

4-D. João Alfonso de La Cerda, Infante de Castela, senhor de Gibraleón, el Real de Manzanares, Huelva e Deza. Viveu em Portugal até 1337, data em que regressou a Castela pela guerra com Portugal. Casou em Santarém em 1318 com Maria Afonso, filha bastarda do rei D. Diniz.

4-Margarita de La Cerda, Infanta de Castela, falecida em 1330. Casou com o Infante Felipe de Castela, senhor de Cabrera e Ribera, “Pertiguero Mayor de tierra de Santiago”, Mordomo mor do Rei, Adiantado Mor e Meirinho Mor da Galiza; testou em 12.4.1327 em Madrid, e faleceu antes de 5.6.1327. S.g.

4-Inês de La Cerda[3], Infanta de Castela, senhora de Bembibre, falecida pouco depois de 24.10.1362. Casou com Fernán Ruiz de Villalobos, rico-homem, senhor de Villalobos e de Autillo de Campos. C.g.

4-D. Alfonso de La Cerda, dito “de Espanha”, Infante de Castela, nascido cerca de 1305, falecido em Gentilly em 1327. Senhor de Lunel, Arcediago de París (1321), Governador de Languedoc. Casou com Isabel d'Antoing, viscondessa de Ghante, senhora d'Antoing, d'Epinoy, Sothengien e Houdain; viúva de Enrique de Brabante, Senhor de Gaesbeke. C.g.

4-FERNANDO ALFONSO DE LA CERDA[4] Filho Bastardo, dele se tem noticias em 1334 e 1340. Casou com ELVIRA DE AYALA. Filho:

5-AFONSO FERNANDES DE LA CERDA, n. cerca de 1330. Passou a Portugal em 1369 como partidário de Pedro I o Cruel na guerra contra D. Enrique de Trastamara. Com a morte de Pedro I, apoiou as pretensões de D. Fernando I ao trono castelhano, sendo recompensado pelo rei português que lhe doou em 1369 as vilas de Sardoal, Golegã, Borralha e Punhete e a 3.5.1372 todas as jurisdições de metade de Amêndoa (freguesia do concelho de Mação, distrito de Santarém), sendo referido na “Crónica de D. Fernando”, de Fernão Lopes, no Capitulo XXV, como “Affonsso Fernandez de Laçerda. Segundo algumas genealogias foi casado com uma Leonor de Menezes e segundo outras genealogias casou com VIOLANTE PEREIRA, também designada Violante Álvares Pereira, n. cerca de 1341 (meia-irmã do Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira), filha bastarda do Prior do Hospital D. Álvaro Gonçalves Pereira[5] e de sua "amiga" Marinha Domingues, neta paterna de D. Gonçalo Pereira, Arcebispo de Braga (1326-1348) e de Teresa Pires Vilarinho “a Salamanquina”, mulher solteira. O genealogista quinhentista, Afonso de Torres, no seu tit. de “Pereiras Lacerdas”, refere
tenho por mais certo he, que o Fidalgo Lacerda; dequem os deste apellido defsendem em Portugal, foi Afonso Fernandes de Lacerda que de Castella se passou a Portugal Serviso de El Rey D. Fernando, contra El Rey D. Henrique de Castella, aquém El Rey D. Fernando deu pelos servisos que lhe fés os lugares de Punhete, Sardoal, Golegaa, Baracha, Almisrem, e Soveira formosa, Almendra, com jurisdição Sivel e Crime, mero emixto império na hera de 1410, finalmente, ou hum, ou Outro que fosse devia de ser pessoa de qualidade conhecida e muitos mereicimentos, como secolige das mercês que lhe forão feitas, e do Casamento que fés quando pella nobreza dapessoa, eserr Irman do Conde Esrable, se imfere a estimação e Sangue de Afonso Fernandes de Lacerda, ou Martim Gonçalves como outros querem. Casou com D. Violante Pereira, f.ª de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior do Crato, Irman do Conde Estable D. Nuno Alves Pereira”. Alão de Moraes refere também que “Alguns querem que Afonso Fernandes de Lacerda, vassalo del-Rei D.Fernando de Portugal, a quem o dito Rei fez doação do Sardoal, Golegã e Sovereira Formosa, c….c. Violante Pereira fª. B. do Prior D. Álvaro Gonçalves Pereira”[6]. Teve pelo menos:

6-(3) ÁLVARO GONÇALVES“DE SERPA”, assim chamado por viver na vila de Serpa. N.c. de 1369, erradamente designado nas genealogias como “Martim Gonçalves de Lacerda”[1] por confusão com seu filho Martim Gonçalves, ou então por confusão com seu tio Martim Gonçalves de Carvalhal, este casado com uma irmã de sua mãe Guiomar Pereira[2]. O nome próprio e patronímico foi certamente buscar ao seu avô materno o conhecido Prior D. Álvaro Gonçalves Pereira, dando início a uma tradição onomástica nesta família de adoptar o nome e patronímico do avô materno. Algumas genealogias tardias mudam o patronímico “Gonçalves”, para “Fernandes”, como é o caso de Felgueiras Gaio que lhe chama “Martim Fernandes de Lacerda”, certamente com a intenção de o aproximar do patronímico do seu suposto pai, Afonso Fernandes de Lacerda. Segundo uma genealogia Álvaro Gonçalves, foi criado do rei D. Fernando, viera de Castela e foi pai de Martim Gonçalves de Lacerda (Colecção Genealógica, ms 21 F18 da A.N.T.T.). Esta informação confirma-se, pois documenta-se um Álvaro Gonçalves morador em Serpa (1384). Também a 13 de Julho de 1395 D. João I doou a Álvaro Gonçalves de Serpa, seu escudeiro, para si e seus descendentes, umas casas na vila de Serpa, depois de a 20.4.1384 lhe ter dado em préstamo essas ou outras casas em Serpa, aqui referido como Álvaro Gonçalves de Serpa, criado d'el rei D. Fernando, “assy como as trazia seu padre em prestemo do dicto rey dom Fernando”. Parece que casou em Serpa, cerca de 1389, com uma senhora N.....DE SERPA[3], filha de Diogo Nunes de Serpa[4] , cavaleiro e vassalo de D. João I (1385), comendador de Santos, morador na vila de Serpa e de Inês Vasques. Este Diogo Nunes, vem referido várias vezes na “Crónica de D. João I, de Fernão Lopes. Este autor conta as investidas de Diogo Nunes, no reino de Castela, nomeadamente em Galarrosa, descritas nos capítulos “Como hos de Serpa emtraram per Castella e do que lhe acomteceo” e “Como hos portugueses pellejaram com os Castellãos e os vemceram”. Neste ultimo capítulo Fernão Lopes refere que Diogo Nunes usava um pendão com a sua heráldica “bamdeira temdida dos sinaes de Dieguo Nunez, a quoall levava huu escudeiro”. Com geração na família "de Lacerda", nomeadamente nos Pereira de Lacerda e destes nos Correia de Lacerda. Segundo as genealogias tradicionais os “de Lacerda” portugueses, descendem por varonia de um Afonso Fernández de La Cerda que passou a Portugal como apoiante do rei D. Fernando, como refere Fernão Lopes na sua Crónica de D. Fernando. As mesmas genealogias referem que foi pai de um Martim Gonçalves de Lacerda, cujo nome próprio correcto é Álvaro Gonçalves “de Serpa”. Em 1985, Masnata y de Quesada, no seu estudo “La Casa Real de La Cerda” propõe que o Martim Gonçalves de La Cerda (na verdade Álvaro Gonçalves), tronco dos de Lacerda portugueses, seja o filho natural de D. Juan de La Cerda e de sua amante, a judia Sol Martinez, portanto neto paterno de Luís de La Cerda “o de Espanha” e de Leonor de Guzman, aqui referidos no Nº 4.
Em 1986, Luiz de Mello Vaz de São-Payo, no seu estudo “Origem dos portugueses de La Cerda”, afasta-se do entroncamento dado pelas genealogias tradicionais e propõe uma nova hipótese que Martim Gonçalves de La Cerda (na verdade Álvaro Gonçalves), casado com Violante Pereira, seja filho de um Diogo Nunes de Serpa, comendador de Santos e de uma hipotética senhora “de Lacerda”, cujo nome ele desconhecia. Esta senhora desconhecida, seria também uma hipotética filha bastarda de D. Carlos de La Cerda, dito de Espanha, conde de Angoulême que viveu um França, filho de D. Alfonso de La Cerda, dito “de Espanha" e de Isabel Antoing, aqui referidos no Nº 4. Mas, Vaz de São-Payo alerta os leitores que Temos plena consciência do ambiente de romance que envolve esta filiação…”. Esta teoria genealógica – de Vaz de São-Payo - não passará mesmo de um romance, pois Diogo Nunes não casou com uma “de Lacerda” como se documenta: a 17.10.1400, nas casas de morada de Diogo Nunes, comendador de Santos, que jazia finado, sitas a par de S. Martinho, Inês Vasques, sua mulher, comprometeu-se a deixar as ditas casas ao mosteiro de Santos (ANTT, M.C.O., Mosteiro de Santos, M. 10, nº 194). Em vez de criarmos mais um ensaio sobre a origem dos “de Lacerda” em Portugal, optamos antes por seguir as genealogias tradicionais desta família, mas corrigindo pontualmente estas memórias e documentando as informações.Filhos:

7-Martim Gonçalves de Lacerda, n. cerca de 1395, segundo a genealogia que seguimos, onde vem referido como filho de Álvaro Gonçalves, que viera de Castela. Documenta-se apenas como Martim Gonçalves, escudeiro do Infante D. Duarte, que recebeu de D. João I, os ofícios de escrivão da Câmara, dos órfãos e da almotaçaria de Serpa, confirmado por D. Duarte a 13.11.1433, e por D. Afonso V a 18.11.1438 e 15.7.1456; também foi procurador de Serpa às Cortes de Torres Novas em 1438. A 27.2.1439 é nomeado pelo rei D. Afonso V, Martim Gonçalves, escudeiro, criado do rei D. João I, para o cargo de escrivão da coudelaria da vila de Serpa. Talvez seja o “Martim Gonçalves, criado da comenda de Santos”, nomeado por D. Duarte a 4.7.1438, para o cargo de branqueador da moeda de Lisboa. Sem mais notícia.

7-Constança, casada com Garcia Afonso do Casal, também referido nas genealogias como Afonso Garcia do Casal, que segundo Alão “jaz mirrado em Santarém”. Sem mais notícia.

7-Isabel Pereira de Lacerda, que segue.

7-Diogo Nunes de Serpa, n. cerca de 1390, seguindo a tradição onomástica desta família, foi buscar o nome e patronímico ao seu avô materno Diogo Nunes de Serpa.Foi vassalo do rei, cavaleiro da Casa do Infante D. Fernando. A 15.9.1454 o rei doou novamente a Diogo Nunes, cavaleiro do infante D. Fernando, os bens que haviam sido dados a Rui Dias, compensando este com o serviço novo dos judeus de Estremoz.
Casou cerca de 1407 com Brites Rodrigues de Abreu, filha de Gonçalo Anes de Abreu, senhor de Castelo de Vide e de “Madama” Isabel Falconer. Como vassalo do rei, Gonçalo Anes de Abreu, doou, em casamento com sua filha, a Diogo Nunes de Serpa, também vassalo do Rei, a quinta de Arnenta, no termo de Sacavém, que pertencera a João Fernandes Pacheco, o qual passara para Castela. Por carta de 20.5.1407 D. João I garantiu que caso Lopo Fernandes regressasse nos termos das pazes, não lhe seria restituída a dita quinta.Com geração nos Pereira de Lacerda, do Alentejo.

7-ISABEL PEREIRA DE LACERDA, N. provavelmente na vila de Serpa.Segundo as genealogias c. 1ª vez cerca de 1435 com Gomes Ferreira (este teve um curto casamento com Catarina de Meira, sem geração), dizem que foi porteiro mor de D. João I e esteve em 1415 com o dito rei na tomada de Ceuta. Filho de Martim Ferreira, da Casa e Quinta de Cavaleiros, em Outeiro Maior, concelho de Vila do Conde e de sua mulher Violante Correia. Segundo as genealogias Gomes Ferreira era irmão de Leonor Gonçalves Ferreira, casada com Lopo Afonso de Teive, estes pais do conhecido Diogo de Teive, descobridor das ilhas das Flores e Corvo, lugar-tenente na ilha Terceira de Jácome de Bruges. Estas relações familiares dos Ferreira, Teive e Lacerda, podem explicar as origens do ramo dos Pereira de Lacerda dos Açores. Segundo as mesmas genealogias Isabel Pereira, terá casado uma 2ª vez com GONÇALO CORREIA, dando origem a um ramo dos Correia de Lacerda. Este foi senhor de juro e herdade das freguesias de Viatodos e de S. Pedro do Monte e dos casais de Vila Meã, com suas jurisdições (ou seja, senhor de Fralães), por morte de seu pai Fernando Afonso Correa, com cartas de confirmação de 4.12.1433 e de 20.7.1449. Sucedeu ainda como senhor de juro e herdade de Riba de Mouro e de Valadares, tendo trocado esta última por Cunha-a-Velha e seus casais a 22.12.1411(CJI, 3, 131v). A 9.12.1449, sendo referido como Gonçalo Correa, criado de D. João I, teve confirmação do escambo que fizera com este rei (G.XII,7,4) das terras de Cunha-a-Velha e seus casais, no almoxarifado de Guimarães, pela terra de Valadares, no almoxarifado de Ponte de Lima, o que já lhe fora confirmado por D. Duarte a 21.11.1433. Não sucedeu no préstimo de Gondomar, que talvez também tenha trocado, pois a 2.12.1433 D. Duarte doa-a a seu camareiro-mor Fernão de Sá. Entre outros filhos teve:

8-Frei PAIO CORREIA, referido em algumas genealogias como PAIO CORREIA DE LACERDA, nascido cerca de 1440 e já fal. em 1502. Foi bailio de Leça e cavaleiro da Ordem de S. João do Hospital de Jerusalém (Malta). A 6.3.1475 D. Afonso V privilegiou Frei Paio Correa, bailio de Leça, concedendo-lhe licença para arrendar por um ano as suas comendas. Deve ser o Frei Paio Correa, do seu Conselho, a quem D. Afonso V a 11.5.1472 doou a uma tença anual de 12.000 reais de prata. Deve ainda ser o Frei Paio Correa que foi comendador de Amieira e o Frei Paio Correa cujo escudeiro e criado Pedro de Basto foi nomeada a 24.8.1481 tabelião do cível e crime nos julgados da Maia e Azurara, termo da cidade do Porto. E o Frei Paio Correia, já falecido a 18.6.1502 quando D. Manuel I legitimou sua filha D. Guiomar, havida em Branca Pires, então viúva e moradora na vila da Amieira.Filhos naturais:

9-Guiomar Correia de Lacerda, que foi legitimada por carta real de D. Manuel I de 18.6.1502, como ficou dito. Casou a 1ª vez com Nuno Cardoso, morgado da Taipa, com geração. Casou a 2ª vez, cerca de 1480, com D. Sancho de Noronha, falecido depois de 1524, senhor do castelo de Óbidos e seu alcaide-mor, filho sucessor de D. João de Noronha e sua 1ª mulher D. Filipa de Ataíde. Com geração extinta.

9-Maria Correia, que foi a 2ª mulher de Gonçalo Pereira, filho de Vasco Pereira, senhor de Cabeçais e Fermedo, e de sua mulher Isabel de Miranda, que com seu marido teve mercê do senhorio de Fermedo que tinha sido de seu avô Aires Gonçalves de Figueiredo. Vasco Pereira e seu irmão Fernão Pereira (pai do 1º conde da Feira) têm a 17.1.1466 autorização real para que possam usufruir dos bens que pertenceram a seus pais, João Álvares Pereira, 2º senhor da Feira, e Leonor Gomes de Mello. Com geração.

9-Pedro Correia, capitão de uma nau em 1505 com Jorge de Aguiar. Casou com Isabel Vaz. Pais de Manuel Correia de Lacerda, casou com Branca de Figueiredo, filha do tesoureiro da especiaria da Casa da Índia, segundo Alão de Moraes, e que Felgueiras Gayo identifica como João de Figueiredo, tesoureiro da Casa da Índia, camareiro do duque D. Jorge de Lancastre e capitão na Índia. Com geração nos Correia de Lacerda de Lisboa, morgados do Rato.

9-Violante Correia, que casou com João Martins Ferreira, riquíssimo mercador, cidadão, vereador (1503) e fidalgo inscrito nos livros do Porto, que a 27.10.1491 instituiu o morgadio dos Ferreira nesta cidade, com capela no mosteiro de S. Domingos. A 11.9.1472 D. Afonso V, apesar de ter o nomeado para o cargo de contador na cidade do Porto, e uma vez que João Brandão fora já provido pelo rei no dito ofício, privilegia João Ferreira, filho de Martim Ferreira, mantendo-lhe o mantimento do ofício para que o tinha nomeado e dando-lhe o cargo de tesoureiro na dita cidade. Com geração. Deste casal nasceu 10-Violante Ferreira Correia, casada com João Correia de Mesquita, pais de 11-Jerónima Correia de Lacerda, c.c. Gonçalo Lobo Barbosa, fidalgo da Casa Real, instituidor (aprovado por Bula papal de 1595) e 11-Filipa de Barros Correia, casada com Jerónimo Lobo Barbosa (c.g. nos Botelho de Lacerda e Lacerda Lobo http://genealogias.info/1/upload/lacerdas_lobos_da_vacarica.pdf)

9-PAIO CORREIA (DE LACERDA), viveu no termo de Vila Real, na quinta de Cambres, casou com FILIPA DE BARROS CARNEIRO, natural do Porto, filha de João de Barros, neta paterna de João Anes Machucho (filho de João Giraldes Machuco e de Leonor Vasques) e de Maria de França (filha de Vasco de França e de Brites Gomes de Bairros). Filhos:

10-João Correia, casado com sua prima Inês Correia. Com geração nos Lacerda da Vila da Feira http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=292334

10-Francisco Correia

10-Ana Correia

10-Joana Correia, que casou.

10-Jerónima Correia, mulher de Fernando de Teviz (ou de Tassis).

10-Maria Correia, mulher de Gonçalo Coelho.

10-ISABEL CORREIA, casou com o Lic. FRANCISCO FERNANDES VAREJÃO, licenciado. Filhos:

11-Gaspar Correia, c.c. Isabel Chancarrona.

11-ANTÓNIO CORREIA, casou com JOANA TAVARES, filha de Gaspar Correia, de Mondim da Beira (Tarouca), escrivão das sisas e dos órfãos de Mondim, (CFII, 6, 111; e 14, 242v) e de Beatriz Tavares, filha natural de João Tavares, comendador de S. Vicente da Beira http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=145946 .Este era comendador de S. Vicente da Beira e morador na Covilhã quando teve carta de perdão real a 23.5.1481, foi legitimado por carta real de 12.10.1463, como filho de Lopo Dias Tavares, comendador de Alpedriz e S. Vicente da Beira na Ordem de Cristo e de Inês Vicente. Segundo uma genealogia este Gaspar Correia era bisneto de João Afonso de Proença, senhor dos dízimos de Mondim da Beira http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=246937 e de Isabel Botelho Correia, natural de Vila Real, que "porque teve muitos filhos e filhas lhe chamaram a mosca varejeira"(filha de Afonso Botelho, “o Velho” e de Teresa Correia). Manuel Abranches de Soveral, refere que este Gaspar Correia, foi comendador de S. Martinho de Freixedas e por isso devia ser filho de Egas Correia, comendador de S. Martinho de Freixedas, neto paterno de Aires Botelho, cavaleiro da Casa Real, contador da comarca da Beira e Riba Côa, que sucedeu a seu pai nos dízimos de Mondim e de sua mulher Elvira Rodrigues Homem, bisneto paterno dos já referidos João Afonso de Proença e Isabel Botelho Correia, tronco dos Correia Botelho de Mondim da Beira.Filhos segundo Felgueiras Gaio:

11-Paulo Correia

11-Francisco Correia, que segue

11-Brizida Correia

11-António Correia, na Índia

12-FRANCISCO CORREIA, foi Capitão de Ordenanças, referido como “lavrador honrado abundante de fazendas” segundo outra testemunha “o qual era lavrador muito rico”, e “elle era lavrador abundante de fazendas e também foi Capitam de ordenança neste lugar”. Casou com MARIA PEREIRA, natural do Granjal. Filho:

13-JOÃO CORREIA DE LACERDA, Alferes de ordenanças, natural da freg. do Granjal (Sernancelhe) casou em primeiras núpcias com (1) MARIA GONÇALVES, falecida no Granjal a 17/9/1661. Casou em segundas núpcias com (2) Maria de Matos, natural da freg. de Ponte do Abade, filha de Domingos de Matos e de Maria Gomes, (esta irmã do Padre Diogo Gomes), naturais da freg. de Ponte do Abade. Segundo referem várias testemunhas “viviam da sua fazenda” no Granjal, mas tinham muitas fazendas em Ponte do Abade. Filhos nascidos no Granjal:

14-(1) Francisco, bapt. a 29/1/1645, teve por padrinhos Francisco Correia e Inês de Aguiar

14-(1) António Correia de Lacerda, que segue

14-(1) Catarina Correia de Lacerda, bapt. a 26/11/1647, casada com o capitão Manuel Cardoso e Sousa, filho de Domingos Cardoso e Sousa, natural de Sendim e de Maria Amado, natural da vila de Moimenta da Beira. Deste casal foram filhos; Alexandre Luís Correia de Lacerda, n. no Granjal, Padre presbítero do hábito de S. Pedro, pretendente a notário 1734-1736 (T.S.O. Conselho Geral, Habilitações Incompletas, doc. 61) e ainda Luís Cardoso e Sousa, também nascido no Granjal sargento-mor de Sernancelhe, fidalgo de Cota de Armas (Vide “Cartas de Brasão de Armas II”, pág. 259, de Nuno Borrego), que teve carta de brasão para um esquartelado de 1º Sousa “de Arronches”; 2º Cardoso; 3º Correia; 4º de Lacerda.

14-(2)Brites de Matos Correia, casada com António Rebelo Franco, natural do Granjal, Familiar do Santo Oficio (1696-1697; 1703 Tribunal do Santo Oficio, Conselho Geral, Habilitações, António, mç. 35, doc. 883).

14-(1) ANTÓNIO CORREIA DE LACERDA, nascido na freguesia do Granjal, bapt. a 2/4/1646, teve como padrinhos Pedro de Torres, abade de Carapito e Catarina de Lemos. Foi sargento-mor do concelho de Sernancelhe. Casou com MARIA CORREIA, bapt. no Granjal a 19/3/1650, filha de António Luíz Dias e de Ana Correia. Com geração que segue http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=612975 nos Correia de Lacerda das freguesias de Granjal, Sarzeda (Sernancelhe), Rio de Mel e Sebadelhe da Serra (Trancoso).







[1] Masnata y de Quesada, Marquês de Santa Ana e Santa Maria, na sua obra "La Casa Real de La Cerda; Precisiones, rectificaciones y amplificaciones; Estudios genealógicos y heráldicos", 1985. Esta obra refere que provavelmente foi pai (por via bastarda) de Martim Gonçalves de Lacerda, tronco dos Lacerdas portugueses.

[3] José Miguel Lodo de Mayoralgo, em Viejos linajes de Caceres. Caceres, 1971, faz a Mahalda de la Cerda filha natural de Fernan Rodriguez de Villalobos e neta de outro Fernan Rodriguez de Villalobos e de Ines de la Cerda, filha por sua vez do Infante D. Alonso de la Cerda e de Mahalda de Narbona.

[4] «Revista Miscelânea Histórica de Portugal«, nº V, 1986, pp 49-50.

[5] Sobre Frei Álvaro Gonçalves Pereira o Livro de Linhagens do Século XVI refere que “este prjor ouue muytos filhos e filhas amtre os quais foy Dom Nuno Alvarez Pereyra domde vem a casa de Bragança, a saber”. Posteriormente, e já com letra do século XVII, foi lançado : “(…) a saber: ouue trinta e dous filhos dos quais ouue muitos Pereyras a saber: entre eles a Dona Violante Pereira que casou com Martim Gonçalves de la Cerda fidalgo castelhano da casa dos duques de Medina Celi e delles descendem os Pereiras Lacerdas deste reino entre os quais Ruy Dias Pereira seu neto foj alferes mor do senhor rey Dom Manuel, e o mesmo foj seu filho deste Ruy Dias Nuno Aluares Pereira e este Ruy Dias Pereira he o que na descendência e linhagem dos Castros cazou com Dona Catherina de Castro filha de Dom Aluaro de Castro alcajde mor de Penamacor. Tem o alferes mor Ruy Dias Perejra sua sepultura em a capella mor de Santo Esteuaõ de Lixboa e seus descendentes se chamaõ Perejras de Lacerda”.

[6] Alão de Morais, Pedatura Lusitana, tit. de "Pereiras de Lacerda", vol. IV.


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